quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A Àrvore da Esplanada

A frondosa árvore rústica
Talhada no largo da esplanada
Hirsuta no modo
Contemplativa no rogo
Esconde sob a capa
Rugosa que veste,
Mil gerações de loucos
Que tombaram agarrados
Ao arado e aos ferros
Rasgados obstinadamente
No ventre da mãe.
A neblina vetusta enforma-lhe
Em gravidade a comiseração
Humana. A raiz solene
Comprime o universo
E desemboca nos sete céus
Cujo primeiro é o silêncio
Etéreo e o sétimo a utopia
Que só o último grito
Permite alcançar.
O silêncio é o sopro
Do nada esventrado ao vazio,
Um passo relutante entre
Duas margens sonegadas
À batida dos argumentos
Insidiosos e aos vitupérios
Em distrate torpedeados
Por quem nega a razão
Em sua razão.
A utopia é o azul celeste
Desenhado como plataforma
Para todos os entendimentos
Para além da vontade
E da contra vontade
Que a há-de assassinar.
Desta árvore brotam jangadas
Com o lastro de ambição
Comandadas por homens
Que derivam as coordenadas
Que te induzem o movimento.

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