Traz o vento irado
A torpe ironia
Sobre a existência do nada?
Conjuro em espaços paralelos
Cordas interpostas
Com linhas cruzadas
Num espelho quebrado
Preso a um tecto escuro e esquartejado.
A luz talvez sinta
As palavras agitarem-se
Como corpos soltos em debandada.
Certo? Só o mar
Que devolve as gaivotas
À terra prometida
Se soltarem todos os barcos
Amarrados em mentes cerradas.
E todas juntas em mergulho
Volatilizam suas plumas
Em ilhas e os medos em vulcões.
No deserto? Lavas de areia macia
Reflecte as estrelas
Que brilham na tua mente
Mas a sua claridade
Sobrepõe-se em camadas
Tingidas de alegria
E refutadas pelas agruras,
Porque a natureza também
É temperada, temperada
Com o sal do infinito.
Perto? Não esqueçamos
A distância mitigada pela dúvida,
Num tabuleiro
Preenchido por refutações
E novas levas de suposições.
Realcemos a proximidade da espera
E a renovada viagem
Ao que sempre fomos.
Não nos esqueçamos
Da mente quadrada
E da natureza esguia.
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