segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Novamente Setembro

Era novamente Setembro
Estavas transida no novo carro
Coberto pelo aroma húmido

Dos teus lábios.
Vertias todo o húmus
Sem palavras assumidas
E brincávamos com o ronronar
Do motor que nos levava

E trazia sempre no mesmo vagar.
O belo vincava os teus
Olhos vivos, sede e natureza.
A floresta era a força felina que os unia,
E abria a estrada para o cimo

Da montanha.
Como tu querias lá chegar!
Deste-me o acelerar do tempo
E chegamos os dois

Entrelaçados na mesma amplitude.
O verbo tornou-se fútil
Como a noite de estio
Sem ralos, sem grilos
--- só metamorfoses do eu,
Fragmentado pelo esvair
Do espectro do sol,

Rouçando as asas na penumbra.

Como era já tarde!,
Nessa tarde de Setembro.

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