Escrevi folhas verdes
Em palácios imaginados
Dos compêndios impedidos
De metáforas das palavras.
Em vão,
Na fraga do tempo
O outono verte
O cinza carregado:
Deserto de areias
Que move a superfície.
Carrego muros vagos
Sobre a terra verme
Que rompe a alvenaria
Desossada da natureza,
Criatura do incriado,
E pela montanha abaixo
Na planície encastrada
Pastam os meus cavalos sossegados
Cujas crinas pululam
Como ervas batidas
Pelo vento.
Pela mansidão o lobo
Corrompido pelo devaneio
Arrasta o tempo que freme.
Mas que tempo? Todo o tempo!
Invejo-lhe as nuvens
Que se lhe apagam no focinho.
Nas patas os espigões
Da morte roçam em sangue
As matrizes do medo,
E vai em frente pelo latido
Norte das suas vítimas.
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