Emborquei
Um copo de silêncio
E o liquido sagrado
Arvorou em mim
Mil línguas
Mil introitos,
Vozes gesticuladas
Elevadas na planície
Ceifando as cearas
Do grão amarelo,
Limpo de suor humano,
Adicionando pontes
Sobre rios tumultuosos
Das casas cinzentas
De costas afastadas
E de alicerces apodrecidos.
O sangue encheu-se
De vinho novo
E os silêncios liquidificaram-se
Enchendo as primaveras
De cordeiros e os invernos
De famintos lobos,
E nem o fogo
Apagou memórias.
Sem comentários:
Enviar um comentário