segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Nuvens Nefastas

Não procuro a solidão
Invocando a ordem estética
Ou a natureza antropológica,
Nem me refugio na metáfora da montanha,
Nem nas esconsas grutas escavadas na Utopia.
Isto só cria monstros…
Feitos de sombras esquizofrénicas
Manietando a realidade
Sobre volumes de cadáveres.
Num desses bares comodamente
Sentados, vejo Hitler e Estaline
Jogando xadrez escudados
Nas últimas cenas operáticas
Redentoras de nacionalismos
Resgatados de um subconsciente
Morto ou adormecido.
Pressinto-os rodeados por toda
Uma pilha livresca construída
Sobre o empurrão à selecção natural
E secundado pelo super homem.
Um joga a pedra de sangue
Do seu próprio povo, o outro
Move a carcaça da sua suposta
Raça, e neste jogo assassino
Cada um tenta o maior número
De mortos para se declarar vencedor
Nos arrufos desta memória nefasta
Surgem novos profetas e arquitectos
E novas nuvens negras já se formam
No horizonte.

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