O quadro azul!, Pétreo azul,
Prolongamento voluptuoso
Da abóbada celeste, abrigava
Uma borboleta de asas violáceas
Que extravasavam os arrabaldes
Da circunstância e da luxúria.
Tal delação, mortal veneno,
Feria de frémito o impetuoso sol,
Guarnecido como actor atento,
Instrutor da natureza,
Sobre o último dos anéis
Que procediam o Olimpo
E o vermelho tenaz
Da macro criatura imaterial,
Sequência e disposição.
A montanha complacente
Tecia a criatura aurífera, fruto
De advento meticuloso
Sob um profundo ventre
Rasgado a lava e outras
Texturas sensíveis.
O sol truculento, incomodado,
Decidiu clarear mais cedo,
E violento torrou as asas
Quistas do ousado insecto.
Perante tamanha turbulência
O pintor tomou um balde
E tornou claro o quadro azul,
Sobrepondo-lhe um branco imaculado.
Desenhou uma nova alegoria.
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