Sentei-me. Rodei a cadeira.
Liguei o computador.
Descarreguei os emails.
Consultei o jornal digital
E o último relatório interno
Sobre os créditos a cobrar.
O telefone tocou. Atendi.
Um fornecedor desesperado.
Exigia-me o pagamento imediato.
Recordou-me, já lhe havia
Prometido liquidar há um mês.
Menti-lhe. Eu sei. Sei que o
Tempo não está de feição
E a palavra sem substrato
Torna-se jargão. Há-de ligar-me
Novamente. Na próxima
Quinta-feira, talvez.
Talvez aí já tenha
O problema resolvido.
Ou não.
Liguei a um cliente, também.
Mandou dizer, não estava,
Tinha apanhado um avião
Para Angola. Um destino
Na moda. Assuntos inadiáveis.
Por fim, contactou-me. Pediu
Desculpa. Um mal entendido
Da secretária. O dinheiro,
Confirmou-me, havia sido
Transferido pela manhã.
Respirei de alívio.
Consultei a conta,
Efectivamente cumpriu.
Cumpri também
Com as minhas obrigações.
Recebi depois um email
De agradecimento.
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