Chegou o comboio
A alta velocidade,
Dita normalidade,
Uma serpente mecânica.
Uma multidão orgânica
Rompeu apressada
E num esgar
Atravessou a gare
E desapareceu no nada.
Pausa…
Retomou
O sentido inverso
Pois toda a estremidade
Possui a sua externalidade.
Novo multidão, de ida e regresso,
Consultava o relógio presente
E o horário do futuro.
Em fila prestava-se em frente
Da bilheteira. O administrativo
Vendia as senhas embaraçadas
De acesso. Em definitivo,
Aliviados, dirigiram-se
Ao habitáculo da carruagem
Para inicio da prezada viagem.
“Senhores passageiros, benvindos…”
Mimoseava o maquinista, “vamos
Seguir viagem Lisboa Braga
Com paragem…” continuava em revista.
O combóio partiu,
Após tal prosaico pretérito,
Deslizando silencioso
Com o Tejo aos pés.
Ainda estendi a mão
E a neblina salpicou
Os dedos de contemplação.
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