sábado, 21 de dezembro de 2013

Comboio

Chegou o comboio
A alta velocidade,
Dita normalidade,
Uma serpente mecânica.
Uma multidão orgânica
Rompeu apressada
E num esgar
Atravessou a gare
E desapareceu no nada.

Pausa…

Retomou
O sentido inverso
Pois toda a estremidade
Possui a sua externalidade.

Novo multidão, de ida e regresso,
Consultava o relógio presente
E o horário do futuro.
Em fila prestava-se em frente
Da bilheteira. O administrativo
Vendia as senhas embaraçadas
De acesso. Em definitivo,
Aliviados, dirigiram-se
Ao habitáculo da carruagem
Para inicio da prezada viagem.

“Senhores passageiros, benvindos…”
Mimoseava o maquinista, “vamos
Seguir viagem Lisboa Braga
Com paragem…” continuava em revista.

O combóio partiu,
Após tal prosaico pretérito,
Deslizando silencioso
Com o Tejo aos pés.
Ainda estendi a mão
E a neblina salpicou
Os dedos de contemplação.

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