Um louco eremita
Dirige-se para o mar
E assegura que traz
A humanidade às costas.
Pretende juntar continentes.
Vem estasiado! Expansivo!
Atrás dele torce
Uma exuberante multidão
Urdida na sua grandeza.
Barra o caminho
A quem o interpela.
Pára no grande vale
Ante o sol invicto.
Debruçado sobre uma serpente
Alvitra em brados
Um discurso incognoscível.
E das entranhas da terra
Ressoa em choro
Um canto de marasmo.
O anacoreta cambaleante
Retoma a direcção do mar,
E desaparece nas águas
Ante o peso dos ombros.
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