domingo, 12 de maio de 2013


No bar
Ao pé da catedral

Corpos oníricos
Bebidos em gin e whisky…
Atropelam inauditos
Gestos bocais
Abafados pela aridez
Da música debutante.

Sobre as mesas
Copos caleidoscópicos
Aguardam pacientes
Novos tragos,
Nova imersão,
E novo toque de lábios.

Os gestos repetem-se.

Criam-se rituais…
Cruzam-se esgares.
Mirram-se corpos esbeltos.

Os cigarros ardem
Vagarosamente na berma
De um cinzeiro distraído
Pelo fumo do espaço.

O espaço referenda-se
De novas levas –
Incansável arbítrio
De veleidades do tempo
Que morre.

Afundo-me na
Gravítica orla
Das palavras non-sense
Como um texto volátil
Que se esvai do verbo
Em busca de imagens
E respostas.

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