A luz percorre a distância
Do vagar das folhas lúcias
Que desprendem o outono,
Ondulantes vão pausadamente
Aconchegar-se no chão seco de adjectivos.
Sob os teus pés acrescentam o ínfimo
Às camadas enegrecidas, testemunhas do passado,
Sujeito que sabe perscrutar a distância.
A luz repete-se no términos da noite
E espera que teus passos não vagueiem
Pelas sombras que se lhe escapam.
Como silenciosa bate á tua janela!
E sem escrúpulos pede para entrares nela.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais sem aurora
A lua geme… o sol uiva
A natureza encrespa o pêlo ensandecido,
Treme todo o teu ardor,
O leme destila as rochas fugazes
Que rebentam as marés da enseada.
Tua alma espuma o sal fecundo
Que espalha a morte por onde se desagrega.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais da demora.
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