Os meus óculos corrigem
Os olhos – consigo
Filtrar a desfocagem
Do cosmos mitigando os intervalos
Criados entre os buracos negros
que o espaço não consegue mostrar
se não através da verdade.
Mas o que prende a verdade?
A resposta vagueia
Como as sombras projectadas
Das cavernas informes
E os arautos replicam
A criação como género.
Ponho a verdade na ficção,
O espaço nos caminhos estivais
Cuja reserva perpetua
Um sonho ébrio.
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