Tenho um copo de água
Na cabeça,
As crinas ruborizadas
Alisam as crinas
Peludas dos cavalos
Contentes.
Assentes
Na avenida dos sonhos
Os meus sapatos trovam
A linguagem da calçada…
Na entrada
As ervas crescem
E rompem o céu como espectros.
Os burros dormem
Com uma rosa púrpura
Nas entranhas.
Estranhas
Um internauta
Que espreita o abrir do computador.
Dá-lhe um gin desesperado
E acende-lhe o cigarro.
Agarro
As manhas dos despertador
E coloco-o na torre da igreja
À meia noite o galo
Denuncia as pegas
Nas janelas do prior.
O autor
Rapa tacos à carteira
Crava bugigangas no nariz
Para adivinhar
O dia em que vai delirar.
No bazar
Compro estrelas,
Que não pinto no céu,
E um velho sol de cristal
Para colocar à noite
Debaixo da cama,
Na lama
Os cavalos partiram,
Ficaram os burros e um galo
De barro que desafina
Que se farta.
Gente feliz
Nada diz…
Sorry… diz o inglês.
Enfim, malta!…
Dormam bem…
Sonhos a rebentar paredes!
Os meus tresandam
Mas ninguém os sente.
Chiu!!!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Outros pássaros
Outros pássaros foram
Voando… pela noite,
Em círculos, em bandos,
Diante de barcos carregados
De apenas maresia…
E debicavam piamente
A borda do barco vazio…
Outros contornavam
As rotundas da vida
E seguiam as auto-estradas
Inesgotáveis de adrenalina
E lá rompiam sem volta.
Havia outros destemidos
Mergulhavam o bico
No dever
De voltar novamente
ao mar,
Por lá ficavam
Temporadas, vidas inteiras…
Que se esgotavam
Num tempo redondo
Cuja espiral não rompia
A madrugada
Nem deixavam
Que as açucenas aproximassem
O seu elixir.
Voando… pela noite,
Em círculos, em bandos,
Diante de barcos carregados
De apenas maresia…
E debicavam piamente
A borda do barco vazio…
Outros contornavam
As rotundas da vida
E seguiam as auto-estradas
Inesgotáveis de adrenalina
E lá rompiam sem volta.
Havia outros destemidos
Mergulhavam o bico
No dever
De voltar novamente
ao mar,
Por lá ficavam
Temporadas, vidas inteiras…
Que se esgotavam
Num tempo redondo
Cuja espiral não rompia
A madrugada
Nem deixavam
Que as açucenas aproximassem
O seu elixir.
Óculos lunares
Os meus óculos corrigem
Os olhos – consigo
Filtrar a desfocagem
Do cosmos mitigando os intervalos
Criados entre os buracos negros
que o espaço não consegue mostrar
se não através da verdade.
Mas o que prende a verdade?
A resposta vagueia
Como as sombras projectadas
Das cavernas informes
E os arautos replicam
A criação como género.
Ponho a verdade na ficção,
O espaço nos caminhos estivais
Cuja reserva perpetua
Um sonho ébrio.
Os olhos – consigo
Filtrar a desfocagem
Do cosmos mitigando os intervalos
Criados entre os buracos negros
que o espaço não consegue mostrar
se não através da verdade.
Mas o que prende a verdade?
A resposta vagueia
Como as sombras projectadas
Das cavernas informes
E os arautos replicam
A criação como género.
Ponho a verdade na ficção,
O espaço nos caminhos estivais
Cuja reserva perpetua
Um sonho ébrio.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Gare
Uma rapariga dançava
Na gare do metro…
Os phones retinham-lhe o silêncio
E os membros batiam as asas
Sopradas pela batida do compasso.
Livremente desenhavam
O pathos da polis,
E os seus espelhos retorcidos
Lhe delimitavam
Os passos sem derrubar
O equilíbrio ténue de quem
Passa pela continuidade.
Nela as cores, as linhas,
As sombras e a intervenção
Roçavam o finito movimento
De um poema em construção.
Na gare do metro…
Os phones retinham-lhe o silêncio
E os membros batiam as asas
Sopradas pela batida do compasso.
Livremente desenhavam
O pathos da polis,
E os seus espelhos retorcidos
Lhe delimitavam
Os passos sem derrubar
O equilíbrio ténue de quem
Passa pela continuidade.
Nela as cores, as linhas,
As sombras e a intervenção
Roçavam o finito movimento
De um poema em construção.
Muros Imprecisos
Sentada tomavas um raio de sol
Que se abria entre a fugaz morfologia
De um céu tosco ... carregado
E indeciso.
Teimavas no fixo horizonte
Onde a mente se movia na frugalidade
Sem deixar um rasto nem levitar.
Ao lado um outdoor branco macerado
Prendia um ponto de interrogação
Indiferente à pétala esquecida
Que dobrava a alma em ti encanecida.
Lavavas nas imensas imagens
Os olhos presentes
Apinhadas na borda da mesa.
Sorvias o tempo num trago demorado
Deixando a quietude florir,
Bela e delicada.
Por fim abriste a porta
Da noite ao abismo,
E ficaste ali e eu em ti.
Que se abria entre a fugaz morfologia
De um céu tosco ... carregado
E indeciso.
Teimavas no fixo horizonte
Onde a mente se movia na frugalidade
Sem deixar um rasto nem levitar.
Ao lado um outdoor branco macerado
Prendia um ponto de interrogação
Indiferente à pétala esquecida
Que dobrava a alma em ti encanecida.
Lavavas nas imensas imagens
Os olhos presentes
Apinhadas na borda da mesa.
Sorvias o tempo num trago demorado
Deixando a quietude florir,
Bela e delicada.
Por fim abriste a porta
Da noite ao abismo,
E ficaste ali e eu em ti.
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