A Rua transpira calma.
Um DJ empresta-lhe harmonia,
Um saltimbanco novidade,
Um cinéfilo efeitos visuais.
Os velhos jogam às escondidas,
Dizem que é para ninguém os ver!
Que novidade!... Arrogância
Permitida aos seniores.
Os casais passeiam os filhos pela trela
E os cães ao colo…
Os telemóveis namoram os transeuntes,
Os robots ocupam o Jardim Público.
Os carros parquearam os condutores
Nas bermas das ruas e barulhentos
Deslizam com uma calma
Que não lhes era conhecida.
Os edifícios alojam os animais,
Os homens vivem nos anexos.
Todos respiram felicidade…
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Saudação ao Sol
Saúdo o Sol,
E a janela grande
Que mo traz!
A manhã lentamente
Sacode o espaço das inconstâncias
Que o tornam vago e inútil.
As cores sensíveis
Aportam a jovialidade
Do tempo presente
Exortando a estender
Uma prece que devolve
O Homem à eternidade.
Saúdo o Sol
E a janela grande
Que mo traz.
Vade retro a noite cava
E a canção que ela embala.
E a janela grande
Que mo traz!
A manhã lentamente
Sacode o espaço das inconstâncias
Que o tornam vago e inútil.
As cores sensíveis
Aportam a jovialidade
Do tempo presente
Exortando a estender
Uma prece que devolve
O Homem à eternidade.
Saúdo o Sol
E a janela grande
Que mo traz.
Vade retro a noite cava
E a canção que ela embala.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Rio Grande
Duas margens não se tocam
Densas correm juntas para a vida
Eterna – ora agasalhando
A água, ora acasalando-a
Com as planícies que a deseja.
Nessa densidade terna, presente,
Inerte, saudosa, irrevogável,
A tempestade não colhe rugas,
Os becos guardam memória,
Os lagos sepultam os “ses”,
E as frustrações são o húmus
Das árvores que seguram as cheias.
Não me peças fontes! Podem as águas
Quedar-se impuras e o rio secar
A planície… fala-me antes assim!
No ronronar cósmico
Que me leva a segui-te sem te tocar.
Densas correm juntas para a vida
Eterna – ora agasalhando
A água, ora acasalando-a
Com as planícies que a deseja.
Nessa densidade terna, presente,
Inerte, saudosa, irrevogável,
A tempestade não colhe rugas,
Os becos guardam memória,
Os lagos sepultam os “ses”,
E as frustrações são o húmus
Das árvores que seguram as cheias.
Não me peças fontes! Podem as águas
Quedar-se impuras e o rio secar
A planície… fala-me antes assim!
No ronronar cósmico
Que me leva a segui-te sem te tocar.
Tensão
A luz percorre a distância
Do vagar das folhas lúcias
Que desprendem o outono,
Ondulantes vão pausadamente
Aconchegar-se no chão seco de adjectivos.
Sob os teus pés acrescentam o ínfimo
Às camadas enegrecidas, testemunhas do passado,
Sujeito que sabe perscrutar a distância.
A luz repete-se no términos da noite
E espera que teus passos não vagueiem
Pelas sombras que se lhe escapam.
Como silenciosa bate á tua janela!
E sem escrúpulos pede para entrares nela.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais sem aurora
A lua geme… o sol uiva
A natureza encrespa o pêlo ensandecido,
Treme todo o teu ardor,
O leme destila as rochas fugazes
Que rebentam as marés da enseada.
Tua alma espuma o sal fecundo
Que espalha a morte por onde se desagrega.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais da demora.
Do vagar das folhas lúcias
Que desprendem o outono,
Ondulantes vão pausadamente
Aconchegar-se no chão seco de adjectivos.
Sob os teus pés acrescentam o ínfimo
Às camadas enegrecidas, testemunhas do passado,
Sujeito que sabe perscrutar a distância.
A luz repete-se no términos da noite
E espera que teus passos não vagueiem
Pelas sombras que se lhe escapam.
Como silenciosa bate á tua janela!
E sem escrúpulos pede para entrares nela.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais sem aurora
A lua geme… o sol uiva
A natureza encrespa o pêlo ensandecido,
Treme todo o teu ardor,
O leme destila as rochas fugazes
Que rebentam as marés da enseada.
Tua alma espuma o sal fecundo
Que espalha a morte por onde se desagrega.
Não vás pela noite defraudada
Passear no cais da demora.
Subscrever:
Mensagens (Atom)