segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dispositivo #4#

O homem de aço
Escuda-se na presença
Do muro escuso
Tornado imóvel
No campo da negação.
Abriga a vítima
Dos corvos gigantes,
E espera que o tempo
Seja acontecimento.

Os seus abutres selvagens
Nidificam-lhe nas órbitas
Escuras e sobre as densas
Nuvens cegas de letargia
Partem náufragos do desejo
Em cujo regaço as flores
Pálidas tomam por luz
A ausência.

Lolita tem um elo
Plantado no cadafalso
Desse céu de orvalho
Gemido… deita-se
No pasto da noite
Após deambular
Pelas avenidas chocadas
Sobre as torres de betão
E as árvores prateadas…

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