Em frente ao espelho
Uma t-shirt verde
É alvo de interesse
Dum cristo preso ao madeiro
Para espanto de um jesuíta
Que a todo o custo
Tenta dissuadir-lhe
O olhar fixo e penetrante.
“Senhor! Não foi isto
Que nos ensinaste!”
“É do que necessito!
Estou nú, tenho frio.”
O pregador arguto
Contesta.
“A Vossa nudez
É património imaterial
Da humanidade!”
“Veste-me! Tira-me também
Esta maldita coroa
Que me magoa
Há dois mil anos!”
O frade benze-se.
“Queima também esta cruz.
A cruz que todos os anos
Renovais! Se fosse a original
Já tinha apodrecido.
Hoje era um Homem livre”.
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