As flores,
As flores do meu jardim.
Um canteiro dentro de mim?
Não! Fica do lado de fora
Da estrada mas quem passa
Não dá por nada.
Rosas, açucenas, Margaridas
E todos os amores imperfeitos
Com sabor a amora
E a licor de marmelada.
Mas que fica fora da estrada
E quem passa não dá por nada.
E as camélias de seios pungentes
E lustrosas pupilas?!
E as impúdicas tulipas que deliciam
Os melosos nenúfares?!
Mas que fica fora da estrada
E quem passa não dá por nada.
E o rosmaninho? As papoias?
A grande tília de braços abertos?
Albergue de sonhos
Que só ao Homem cabe.
Mas que fica fora da estrada
E quem passa não dá por nada.
As flores do meu jardim
São assim.
Volúveis com o vento.
Selvagens e fermento.
Mas que fica fora da estrada
E quem passa não dá por nada.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Vegetal
Vegetas! Vegetas acocorado Nos carris da não razão Sujeito a pesados Passos que ardilmente Nos arrufos das certezas Fazem-te levitar Ao encontro Da tua correspondência... Abres, lato, a concisa insconciência Numa cadência de portas Cobertas por manhãs Voláteis e pré-moldadas. Descobres nelas maravilhas Como a desnuda Alice, Cândida e obtusa no ser. As sombras cobrem-te. Mais uma vez num sem fim Segues os cavalos paridos Da montanha que formam a Manada que vai à frente. Tu os segues. A manada é o teu rosto Prescrutada pela águia Cujos pés assentam nos Teus mas cuja cabeça, a tua Não sente.
Oh madrugada! Eterno jardim!... Violeta de um rio Cujas nascentes não renovam o caudal. As nuvens aproximam-se E juram-te tempestade. Não fujas! Debaixo do teu velho carvalho As velhas entrelaçam velas E bebem sangue Em tua memória... Não fujas delas Não! Não!
Oh madrugada! Eterno jardim!... Violeta de um rio Cujas nascentes não renovam o caudal. As nuvens aproximam-se E juram-te tempestade. Não fujas! Debaixo do teu velho carvalho As velhas entrelaçam velas E bebem sangue Em tua memória... Não fujas delas Não! Não!
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